A RACIONALIDADE DO CAPITALISMO NOS PLANOS NACIONAIS DE PÓS-GRADUAÇÃO (PNPG) DO BRASIL: REPRODUÇÃO DA PRODUTIVIDADE
Resumo
Este artigo busca entender os nexos entre os cinco Planos Nacionais de Pós-Graduação - PNPG, estabelecidos ao longo do tempo pela CAPES, órgão de fomento e controle da Pós-Graduação brasileira, e o processo de desenvolvimento do capitalismo no Brasil. A análise do I PNPG (1975-1979), II PNPG (1982-1985), III PNPG (1986-1989), PNPG (2005-2010) e V PNPG (2011-2020) indica a presença da lógica do capital. Os PNPG são parceiros do processo de industrialização no Brasil e acompanham, mesmo que tardiamente, as reestruturações do capitalismo que acontece nos países desenvolvidos. Observou-se que os PNPG buscam atender as demandas do setor privado e do mercado na formação de profissionais, seguem a lógica taylorista-fordista de controle do rendimento, da eficiência e da eficácia, do toyotista, quando considera que a qualidade deve ser gerida por instrumentos que controlam os processos e os resultados, aplicam critérios meritocráticos que não levam em conta as determinações das particularidades históricas, estimulam a produtividade na produção do conhecimento e dão base para a ampliação do procedimento da razão instrumental, apresentando elementos da perspectiva neoliberal da universidade como um serviço.