AVALIAÇÃO DA FUNCIONALIDADE DE CRIANÇAS COM SÍNDROME CONGÊNITA DO ZIKA VÍRUS BASEADA NO CONCEITO BOBATH: UMA SÉRIE DE CASOS
Palavras-chave:
Zika Virus, Desenvolvimento infantil, CIF, Microcefalia, NeurologiaResumo
Objetivos: avaliar a funcionalidade de crianças com a Síndrome Congênita do Zika Vírus (SCZV) com base no Conceito Neuroevolutivo Bobath (NDT/Bobath). Metodologia: Trata-se de uma série de casos com crianças de até 3 anos de idade, avaliadas com base no NDT/Bobath considerando uma ficha semiestruturada englobando a Gross Motor Functional Classification System (GMFCS) e aspectos da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) relacionados às estruturas e funções corporais e análise observacional das capacidades e limitações funcionais da criança. Resultados: Foram incluídas 12 crianças, com média de idade de 32 meses (±1,85), maioria do sexo masculino (66,66%). Seis crianças foram classificadas no nível V do GMFCS. Nove apresentavam sinais de deficiência da função visual e todas elas eram capazes de manter a posição da cabeça (d4155). As crianças dos níveis II e III do GMFCS apresentaram maior quantidade de capacidades funcionais, tendo limitações em atividades bípedes. Em contrapartida, mudar a posição básica do corpo (d4109, n=8) e permanecer sentado (d4153, n=9) foram as atividades limitadas mais identificadas nas crianças do nível IV e V do GMFCS. Foi identificada maior frequência de hipomobilidade lombopélvica (n=11), hipertonia músculos dos membros inferiores (n=10), espasticidade músculos dos membros superiores (n=9), encurtamento em músculos dos membros inferiores (n=9) e fraqueza de core abdominal (n=9). Conclusão: A associação entre a avaliação baseada no NDT/Bobath com os componentes propostos pela CIF possibilitou um olhar integral sobre a condição de saúde da criança com SCZV, direcionando uma perspectiva funcional e biopsicossocial à sua abordagem terapêutica