ALTERNATIVAS PRODUTIVAS FRENTE AO AGROHIDRONEGÓCIO: AGROECOLOGIA E A PRODUÇÃO DE ALIMENTOS ORGÂNICOS NO CONTEXTO DA REGIÃO METROPOLITANA DE GOIÂNIA

Resumo

Na realidade atual, não se pode entender as questões relacionadas ao campo e à produção de alimentos se não partirmos do julgo do capital e seus efeitos nas últimas décadas, onde há o monopólio da terra junto aos recursos hídricos, com viés mercadológico, que acabou por promover a precarização das relações de trabalho e degradação ambiental em níveis jamais vistos. Assim como também é necessário pensar o conceito de Agroecologia, enquanto uma agricultura de base ecológica alternativa ao capital e que possui grande preocupação sociocultural com o camponês, com a soberania alimentar, com as tecnologias apropriadas, entre outros elementos. Diante disso, o presente artigo procura entender a lógica do capital no campo brasileiro e em especial na região metropolitana de Goiânia. Busca-se pensar até que ponto a Agroecologia e a agricultura orgânica de fato são alternativas ao mercado ou já estão em processo de absorção por parte deste. Procuramos também entender como alguns produtores de alimentos orgânicos percebem a agroecologia. Para isso foi feita revisão bibliográfica (base, principalmente, em um viés marxista), aplicação de questionários aos produtores de alimentos orgânicos (entre dezembro e janeiro, via email ou presencial) e a posterior análise dos questionários numa relação com a prática dos mesmos e os conceitos acima supracitados. Um dos aspectos mais proeminentes percebido com as análises das respostas aos questionários é que, mesmo os alimentos produzidos em propriedades agroecológicas sendo orgânicos, muitos produtores só aceitam como orgânicos aqueles com certificação. A partir do exposto é possível entender o papel do Estado e do sistema capitalista na produção de alimentos e entender que a lógica do capital, de apropriação capitalista e da sobrevivência, ainda se sobrepõe à perspectiva de sua superação.