USO DE COLETORES SOLARES NA DESINFESTAÇÃO DE SOLO INFESTADO COM RALSTONIA SOLANACEARUM NA CULTURA DE TOMATE
Resumo
A infestação de substratos por patógenos é um fator crítico para o insucesso na produção de mudas
sadias. Este estudo avaliou a solarização como uma alternativa para controlar a murcha bacteriana causada por
Ralstonia solanacearum em solos contaminados. O experimento foi realizado em Alta Floresta (MT) entre abril e
julho de 2023, utilizando um delineamento inteiramente casualizado em esquema fatorial, com quatro repetições.
Cada parcela consistiu em um coletor solar, e os fatores analisados foram a presença ou ausência de solarização e
o tempo de tratamento (5, 10, 15, 20 e 25 dias). Após os períodos de solarização, o solo de cada coletor foi colocado
em vasos, onde foram transplantadas mudas de tomateiro (Lycopersicon esculentum). Durante 25 dias, foram
realizados experimentos de solarização do solo, com exposição média de 12 horas diárias. As temperaturas internas
do tubo de solarização alcançaram até 45°C, 10,4°C acima das parcelas de controle, demonstrando a eficácia da
técnica em elevar a temperatura do solo, fundamental para a desinfecção e controle de fitopatógenos. A análise
das unidades formadoras de colônia (UFC) revelou diferenças significativas entre os meses e os períodos de
solarização, indicando um controle efetivo da murcha bacteriana. Os tratamentos solares mostraram menor
aumento na incidência da doença em comparação às testemunhas, especialmente em julho. Os resultados
corroboram estudos anteriores, sugerindo que a solarização pode ser uma alternativa viável ao agroquimicos. Além
disso, as altas temperaturas durante o processo alteram a microbiota do solo, favorecendo microrganismos
benéficos. Entretanto, a eficácia da solarização pode ser reduzida em períodos mais frios, e alguns patógenos
permanecem tolerantes ao calor. Assim, recomenda-se a combinação da solarização com outras estratégias de
controle para otimizar os resultados no manejo de doenças em culturas agrícolas.
Palavras-chave: Fitopatologia, Termoterapia, Controle físico, Fitobactéria.