AVES VISITANTES DO IPÊ-ROXO Handroanthus impetiginosus (MART EX DC.) Mattos NA MALHA URBANA DE IPORÁ, ESTADO DE GOIÁS, BRASIL
Resumo
Poucos trabalhos sobre interação plantas-aves em ambiente urbano foram desenvolvidos no Brasil. Assim, este estudo monitorou a composição específica e ecologia da avifauna em floradas de Handroanthus impetiginosus na malha urbana de Iporá, Goiás, entre maio a setembro de 2022; junho a julho de 2023. O trabalho de campo ocorreu entre 6h30 e 9h30 da manhã, sendo a copa de cada árvore inspecionada durante 30min. Foram monitorados 72 espécimes de Ipê-Roxo (36 horas-atividade), com o método árvore focal. Um total de 36 espécies de aves em 13 famílias foi registrado, sendo Thraupidae (7 espécies), e Tyrannidae (5) as famílias com maior riqueza. O estimador Jackkniffe1=42,9 e as curvas de acumulação assintóticas demonstraram que a riqueza foi satisfatoriamente obtida. O periquito-de-encontro amarelo Brotogeris chiriri (Vieillot, 1818) e o canário-da-terra Sicalis flaveola (Linnaeus, 1766) apresentaram maior frequência relativa, seguidos pela cambacica Coereba flaveola (Linnaeus, 1758). B. chiriri praticou florivoria nas árvores estudadas e C. flaveola é frugívora-nectarívora conforme a literatura. A categoria floral predominante foi “neutra”, mas as categorias “antagônica” e “não-antagônica” juntas representaram 35,4% das presenças. Assim, provavelmente as floradas de ipê-roxo são um recurso importante para estas espécies de aves interatuantes, durante a estação seca na malha urbana iporaense. A manutenção de H. impetiginosus nos espaços públicos urbanos pode favorecer estas espécies na estiagem, quando os recursos alimentares são escassos.
PALAVRAS-CHAVE: Brasil Central. Sazonalidade. Arborização. Interação Floral.