BARRO DURO: BALNEÁRIO DE RESISTÊNCIA AFRO-PELOTENSE E SUAS POTENCIALIDADES GEOTURÍSTICAS E GEOPATRIMONIAIS

Resumo

O artigo busca demonstrar a relação da sociedade pelotense, mais enfaticamente dos grupos praticantes e simpatizantes das religiões de matrizes africanas com a geodiversidade presente no Balneário dos Prazeres mais conhecido como “Barro Duro”, localizado no litoral lagunar da cidade de Pelotas-RS. Essa abordagem parte do diálogo com autores que pesquisaram sobre os valores e serviços que a geodiversidade tem prestado para as sociedades e para o ambiente para subsidiar uma proposta de geopatrimônio e geoturismo para o lugar com ênfase no Valor cultural de seu território. Essa proposta permite que os lugares que se destacam pela ocorrência geológica e geomorfológica, valores históricos, culturais, artísticos, científicos, possam ser apropriados pela população local de forma a fazer parte de suas identidades para que se crie na sociedade uma cultura do cuidado, preservando assim, as paisagens para a contemplação das gerações futuras. O Balneário dos Prazeres se destaca por ser considerada uma importante referência histórica e identitária para a população afro-pelotense e afro-gaúcha, que vê nele um território sagrado, espaço de águas sagradas e da realização da tradicional Festa de Iemanjá, patrimônio imaterial do município de Pelotas. E também, por necessitar de esforços, tanto para esse reconhecimento, quanto para a sua preservação, por parte da sociedade em geral e do poder público local. Para o desenvolvimento deste artigo, adotaram-se procedimentos metodológicos como revisão bibliográfica, análise de mapas e trabalho de campo. Essas ferramentas foram importantes para o reconhecimento do potencial do Balneário dos Prazeres como um possível candidato a espaço geoturístico do patrimônio hídrico da Costa Doce do Estado do Rio Grande do Sul.

Palavras-chave: Patrimônio Geomorfológico; Patrimônio Cultural; Geoturismo, Espaço costeiro lagunar.