Entre o ódio e a liberdade: lições de Kropotkin
Between hate and freedom: lessons from Kropotkin
Resumo
Resumo: A construção histórica do ódio, especialmente nas sociedades modernas, guarda forte relação com as estratégias de dominação e de difusão dos nacionalismos. Estes, por sua vez, têm-se constituído como importantes meios de manipulação social e de sustentação dos interesses políticos, econômicos e culturais dos Estados modernos. Em vista disso, é necessário verificar até que ponto o culto ao ódio nutrido pelo nacionalismo tange relações sociais e pauta injúrias contra migrantes, refugiados, lugares e culturas, bem como investigar quais são as grandes fontes de opressão, como são tramadas e para onde nos conduzem. É necessário verificar, ademais, se é possível construir práticas que ajudem a desarticular estratégias de controle e de manipulação. Este texto analisa estas questões à luz do pensamento de Pietr Kropotkin, importante geógrafo e anarcocomunista russo que muito alertou sobre os riscos do nacionalismo e viu, na livre-iniciativa e na solidariedade, importantes meios para superar relações pautadas pela insígnia do ódio e do autoritarismo. Seus ensinamentos, apesar de ter sido escritos no final do século XIX e início do século XX, são muito atuais e necessários. Mostram que a liberdade é um exercício político de protagonismo, de responsabilidade e de alteridade – uma prática que fundamenta a ação e ajuda a desarmar as tramas da tirania. Ser livre, portanto, também significa agir e reconhecer na liberdade do outro e no livre-acordo a composição de força, de resistência e de devir.
Palavras-chave: Nacionalismo. Cultura do ódio. Livre-iniciativa. Liberdade.
Between hate and freedom: lessons from Kropotkin
Abstract: The historical construction of hate, especially in modern societies, has a strong relationship with the strategies of domination and diffusion of several nationalisms. These, in its turn, have been constituted as an important means of social manipulation and of sustaining the political, economic and cultural interests of the modern States. In view of this, it is necessary to verify the extent to which the cult of hate fed by nationalism reaches social relations and put injures against migrants, refugees, places and cultures, as well as to investigate what are the major sources of oppression, how they are plotted and to where they conduct us. It is also necessary to verify whether it is possible to build practices that help to dismantle control and manipulation strategies. This text analyzes these issues in the light of the thought of Pietr Kropotkin, an important Russian geographer, and anarcho-communist, who warned a lot about the risks of nationalism and saw, in free enterprise and solidarity, important means to overcome relationships based on the insignia of hate and authoritarianism. His teachings, although written in the late 19th and early 20th centuries, are very contemporary and necessary. They show that freedom is a political exercise of protagonism, responsibility, and otherness - a practice that underlies action and helps to disarm the plots of tyranny. Being free, therefore, also means acting and recognizing in the other's freedom and in the free agreement the composition of strength, resistance, and becoming.
Keywords: Nationalism. Hate culture. Free Initiative. Freedom.
Entre el odio y la libertad: lecciones de Kropotkin
Resumen: La construcción histórica del odio, especialmente en las sociedades modernas, tiene una fuerte relación con las estrategias de dominación y de difusión de los nacionalismos. Estos, a su vez, se han constituido como medios importantes de manipulación social y de naturalización de los intereses políticos, económicos y culturales de los Estados modernos. En vista de esto, es necesario verificar hasta qué punto el culto al odio fomentado por el nacionalismo afecta las relaciones sociales y genera agresiones a los migrantes, refugiados, lugares y culturas, así como investigar cuáles son las principales fuentes de opresión, cómo se articulan y a donde nos llevan. Además, es necesario verificar si es posible construir prácticas que ayuden a desmantelar las estrategias de control y manipulación. Este texto analiza estos temas a la luz del pensamiento de Pietr Kropotkin, un importante geógrafo y anarcocomunista ruso, que advirtió sobre los riesgos del nacionalismo y vio, en el apoyo mutuo y en la solidaridad, medios importantes para superar las relaciones basadas en el odio y en el autoritarismo. Sus enseñanzas, aunque escritas a finales del siglo XIX y principios del XX, resultan muy actuales y necesarias. Muestran que la libertad es un ejercicio político de protagonismo, responsabilidad y alteridad - una práctica que subyace a la acción y ayuda a desarmar los complots de la tiranía. Ser libre, por lo tanto, también significa actuar y reconocer en la libertad del otro y en el libre acuerdo la composición de la fuerza, de la resistencia y del devenir.
Palabras clave: Nacionalismo. Cultura del odio. Libre iniciativa. Libertad.
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