Goiânia, Brasília e Palmas: estratégias geopolíticas da modernização e urbanização do Cerrado e do território brasileiro
Goiânia, Brasília and Palmas: geopolitical strategies for modernization and urbanization of the Cerrado and Brazilian territory
Palavras-chave:
Cidades. Projetadas. Cerrado. Urbanização. Modernização.Resumo
este artigo tem como objetivo discutir a relação entre a construção de Goiânia, Brasília e Palmas e o processo de modernização e urbanização do Cerrado e do território brasileiro. A proposição é de que existe uma relação intrínseca entre o processo de modernização do território brasileiro, a ocupação do Cerrado e a criação das três cidades-capitais planejadas, já que para adequar o Brasil às novas exigências da divisão internacional do trabalho era preciso integrar, desenvolver e urbanizar o país. Este fator evidencia que o desenvolvimento do urbano será a contrapartida da desrruralização do produto, e que Goiânia, Brasília e Palmas são os moldes e os modelos do projeto de ocupação do Cerrado e de expansão do capitalismo via modernização do território brasileiro.
Summary: This article aims to discuss the relationship between the construction of Goiânia, Brasília and Palmas and the process of modernization and urbanization of the Cerrado and the Brazilian territory. The proposition is that there is an intrinsic relationship between the Brazil's modernization process, Cerrado's occupation and the establishment of these three planned capital-cities, considering that in order to adjust Brazil to the new international division of labor, it was necessary to integrate, develop and urbanize the country. This factor shows that the development 'of the urbane' will be the conterpart of the 'product deruralization', and Goiânia, Brasília and Palmas are the molds and models of Cerrado occupation project and capitalism expansion project through Brazilian territory's modernization.
Keywords: Capital-cities designed. Cerrado. Urbanization. Modernization.
Resumen: este artículo tiene como objetivo discutir la relación entre la construcción de Goiânia, Brasilia y Palmas y el proceso de modernización y urbanización del Cerrado y el territorio brasileño. La propuesta es que existe una relación intrínseca entre el proceso de modernización del territorio brasileño, la ocupación del Cerrado y la creación de las tres capitales planificadas, ya que para adaptar Brasil a los nuevos requerimientos de la división internacional del trabajo fue necesario integrar, desarrollar y urbanizar el país. Este factor muestra que el desarrollo urbano será la contraparte de la desruralización del producto y que Goiânia, Brasilia y Palmas son los moldes y modelos del proyecto de ocupación del Cerrado y de la expansión del capitalismo a través de la modernización del territorio brasileño.
Palabras clave: Capitales proyectadas. Cerrado. Urbanización. Modernización.
Referências
BARREIRA, C. C. M. A. Relatório Técnico Final do projeto: fragmentação das cidades-regiões na dinâmica espacial goiana: o entorno do DF e Goiânia. Edital: MCT/CNPq 02/2006 – Universal. Número do processo: 485379/2006-6. Goiânia: 2009.
BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Censo Agropecuário 2017. Resultados Preliminares. Rio de Janeiro: IBGE, 2018.
CHAVEIRO, E. F. A práxis simbólica do Goiás profundo. Goiânia: Mimeógrafo, 2008.
DEBORD, G. E. Relatório sobre a construção de situações e sobre as condições de organização e de ação da tendência situacionista internacional. In: JACQUES, P. B. (Org.). Apologia da Deriva – Escritos Situacionistas Sobre a Cidade. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2003, 43-59 p.
DELGADO, G. Especialização primária como limite ao desenvolvimento. Desenvolvimento em debate, v. 1, n. 2, p. 111-125, janeiro–abril e maio–agosto 2010.
DINIZ, B. P. C. O Cerrado brasileiro: geopolítica e economia. 2006. 230 f. Tese (Doutorado em Geografia Humana) – Departamento de Geografia, USP, São Paulo, 2006.
ESTEVAM, L. Tempo da transformação: estrutura e dinâmica econômica de Goiás. Goiânia: Ed. da UCG, 2004.
FREITAS, W. D. ; CHAVEIRO, E. F. Cerrado: modernização e ocupação a partir da localidade. Revista Geográfica de América Central, Número Especial EGAL, 2011. Costa Rica, II Semestre, 2011, pp. 1-16.
INOCÊNCIO, M. E. As tramas do poder na territorialização do capital no Cerrado: o PRODECER. 2010. 272 f. Tese (Doutorado em Geografia) – Instituto de Estudos Socioambientais, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2010.
KLINK, C. A., MACHADO, R. B. A conservação do Cerrado brasileiro. In: Megadiversidade. Desafios e oportunidades para a conservação da biodiversidade no Brasil. Vol. 1, 1: 147-155, 2005. Belo Horizonte: Conservação Internacional.
LEFEBVRE, H. O direito à cidade. São Paulo: Centauro, 2001.
PELÁ, M. C. H. Uma nova (Des)ordem nas cidades: o movimento dos sujeitos não desejados na ocupação dos espaços urbanos das capitais do cerrado – Goiânia, Brasília e Palmas. Goiânia, 2014. 268p. Tese (Doutorado em Geografia) – Instituto de Estudos Socioambientais, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2014.
MARX, K. O Capital, Capítulo I, Seção 4. O Fetichismo da Mercadoria e o Seu Segredo. Disponível em: <http://www.marxists.org/portugues/marx/1867/ocapital-v1/index.htm>. Acesso em: 10 jun. 2020.
_______. O Capital – crítica da economia política, livro terceiro: o processo global da produção capitalista. Vol. VI. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008.
MENDONÇA. M. R.; RIBEIRO, D. D. R.; THOMAZ JR, A. A modernização da agricultura e os impactos sobre o trabalho (Brasil). Revista Scripta Nova, Revista Eletrônica de Geografia y Ciências Sociales, Barcelona, v. 6, n. 119, 2002. Disponível em: <http://www.ub.es/geocrit/c4-mdoju.htm>. Acesso em: 05 mar. 2015.
MOREIRA, R. Sociedade e espaço geográfico no Brasil: constituição e problemas de relação. São Paulo: Contexto, 2011.
OLIVEIRA, F. Crítica à razão dualista. O ornitorrinco. São Paulo: Boitempo, 2003.
RAFFESTIN, C. Por uma Geografia do poder. São Paulo: Ática, 1993.
SANTOS, M. A urbanização Brasileira. São Paulo: Editora Universidade de São Paulo, 2008.
SILVA, C. A. Antigos e novos olhares viajantes pelas paisagens do Cerrado. In: ALMEIDA, M. G. (Org.). Tantos Cerrados. Goiânia: Ed. Vieira, 2005. p. 21-43.
SILVA, E. B. A dinâmica socioespacial e as mudanças na cobertura e uso da terra no bioma cerrado. 2013. 148 f. Tese (Doutorado em Geografia) – Instituto de Estudos Socioambientais, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2013.
SILVA, S. D. Encontros e desencontros no Oeste: reflexões teóricas sobre as demarcações simbólicas das comunidades ribeirinhas do Rio das Almas em Goiás nas décadas de 1940 a 1950. Goiânia: 2009. Disponível em: <http://www.revistas.ufg.br/index.php/historia/article/view/9559/6612>. Acesso em: 15 jun. 2020.
TEIXEIRA, J. C. Modernização da agricultura no Brasil: impactos econômicos, sociais e ambientais. Revista Eletrônica da AGB, Três Lagoas/MS, vol. 2, n. 2, ano 2, p. 21-42, setembro de 2005.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Os autores não serão remunerados pela publicação de trabalhos na Élisée - Revista de Geografia da UEG.
Os conteúdos publicados, contudo, são de inteira e exclusiva responsabilidade de seus autores, ainda que reservado aos editores o direito de proceder a ajustes textuais e de adequação às normas da publicação.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution 4.0 que permite a distribuição deste material, desde que cumpra os seguintes requisitos:
- Atribuição — Você deve atribuir o devido crédito, fornecer um link para a licença, e indicar se foram feitas alterações. Você pode fazê-lo de qualquer forma razoável, mas não de uma forma que sugira que o licenciante o apoia ou aprova o seu uso;
- NãoComercial — Você não pode usar o material para fins comerciais;
- SemDerivações — Se você remixar, transformar, ou criar a partir do material, não pode distribuir o material modificado.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.