DA PRESERVAÇÃO E DA DESTRUIÇÃO DO CERRADO: PARADIGMAS EM QUESTÃO
Palavras-chave:
Cerrado, Ambientalismo, Ecocapitalismo, Preservação, Destruição.Resumo
O presente artigo procura inicialmente demarcar os marcos históricos e os
fundamentos teóricos da noção de preservação, ressaltando a ocorrência de
discursos críticos da relação homem-natureza antes mesmo da vigência do
capitalismo. Num segundo momento, considerando a dinâmica de ocupação do bioma
cerrado e sua consequente conversão à lógica produtiva do capitalismo, balizada
temporalmente entre as décadas de 1970 e 2010, intenta percorrer e evidenciar as
contradições dos discursos ambientalistas, chancelados pelo Estado burguês, bem
como, em contrapartida, o desenvolvimento de atividades relacionadas à perspectiva
do ecocapitalismo. Infere-se que, apesar da preservação ambiental ser um dos
assuntos mais debatidos pela grande mídia na atualidade, as políticas públicas
tenderam a favorecer o desenvolvimento de práticas destrutivas no cerrado. Nessa
perspectiva o capitalismo produz processos produtivos (e destrutivos) (e aqui não há
contradição entre mídia e Estado, uma vez que o discurso preservacionista só amaina
a volúpia do capital) como forma de capitalizar e monopolizar os espaços públicos do
Cerrado e a criação de uma marca geográfica para determinados produtos.