“DEUS SIM, DIABO NÃO” – DESAFIOS ENFRENTADOS PELAS MULHERES NAS DÉCADAS DE 1970 E 1980 NO BRASIL, SOBRE O VIÉS DO ROMANCE HILDA FURACÃO, DE ROBERTO DRUMMOND
Resumo
O artigo analisa o romance Hilda Furacão, de Roberto Drummond, como uma representação das contradições sociais e culturais enfrentadas pelas mulheres brasileiras nas décadas de 70 e 80. Nesse período, marcado pela repressão da ditadura militar e pelo início da redemocratização, os movimentos feministas começaram a questionar as estruturas patriarcais, enfrentando barreiras impostas por uma sociedade conservadora e hipócrita. A obra de Drummond, ao narrar a trajetória de Hilda, uma mulher que desafia normas estabelecidas e busca autonomia, reflete os desafios de gênero e do controle social exercido pelas instituições religiosas e culturais. A pesquisa utiliza uma metodologia de revisão bibliográfica e tem abordagem qualitativa, de maneira a articular teoria literária, estudos de gênero e reflexões históricas. Quanto à fundamentação teórica do estudo, ela baseia-se em Pinto (2003), Claricia Otto (2018), Heleieth Saffioti (2004), Costa (2021), dentre outros estudiosos. A parte teórica aborda três questões: o contexto político e social das décadas de 70 e 80, a hipocrisia social e a libertação feminina representada na literatura. A análise revela como Hilda Furacão (1991) critica as normas opressoras e reforça o papel da literatura como instrumento de reflexão sobre as dinâmicas de poder e de resistência feminina. O artigo conclui que a obra não só retrata as tensões da época, mas também propõe uma visão crítica e inspiradora sobre a luta pela igualdade de gênero.