AS CARTAS COMO MANIFESTO DE RESISTÊNCIA
ANÁLISE DA ESCRITA DE SI NO ROMANCE A COR PÚRPURA, DE ALICE WALKER
Resumo
Pautado na linguagem, sociedade e interação este estudo consiste em uma análise do romance A Cor Púrpura, de Alice Walker, mais especificamente da resistência e reexistência da mulher preta representada pela trajetória da protagonista e da sua escrita. Trata-se de dois processos concomitantes: viver e escrever; ambos inacabados e em construção, os quais são a base para compreender-se melhor a importância da palavra para a mulher preta ontem e hoje. Esta pesquisa terá como base teórica pesquisadoras acerca do feminismo negro como Davis (1985), Kilomba (2019), Ribeiro (2017) como suporte para análise direcionada, principalmente, às cartas escritas pela protagonista e endereçadas a Deus. A obra traz uma reflexão sobre o ato de escrever que na obra literária supracitada trata-se de um propulsor de uma revolução pessoal que se estende ao coletivo dentro e fora da literatura. A escrita é a ferramenta principal que a protagonista utiliza mesmo que inconscientemente, para suportar todos os tipos de violências sofridas por personagens masculinos, e as cartas escrita para Deus é o seu refúgio e fortaleza ainda que inconscientemente.