ADAPTAÇÃO CINEMATOGRÁFICA E MEMÓRIA

ELABORAÇÕES DO PASSADO NA REPRESENTAÇÃO DAS GUERREIRAS DAOMEANAS

Autores

  • Elizane Souza Dos Santos Henriques Universidade Estadual de Santa Cruz - UESC
  • Marlúcia Mendes da Rocha

DOI:

https://doi.org/10.31668/buildingtheway.v13i2.14242

Resumo

Neste estudo, investigamos possibilidades de aproximações entre adaptação cinematográfica e memória a partir da filmografia The Woman King (2022), dirigida por Bythewood, analisando a representação das guerreiras daomeanas, especialmente na configuração das personagens Nawi e Nanisca da referida obra. Busca-se ainda, evidenciar as relações entre adaptação, memória e poder, bem como compreender a narrativa fílmica como uma das formas organizadoras da memória coletiva. Trata-se de uma obra hollywoodiana de gênero híbrido, entre a história, o drama, e a ação, com referenciais na historiografia sobre um exército de guerreiras protetoras do Reino de Daomé, em 1800, na África Ocidental. Para esta análise recorremos à teoria da adaptação, nas postulações de Hutcheon (2013); às considerações sobre o roteiro, em Field (2001); às discussões sobre a memória individual e coletiva, por meio de Rios (2013), Le Goff (1990); e às bases historiográficas por: Suguiama (2019), Ngo Nuni (2020) e UNESCO (2010). A análise realizada permitiu concluir que os processos da adaptação e da memória envolvem etapas similares como: seleção, perdas, construção, tradução e elaboração do passado. Além disso, ambas são permeadas pela imaginação, sendo a memória importante para o processo de adaptação e também um dos recursos possíveis utilizados no produto cinematográfico, caso exemplar da narrativa fílmica analisada - na qual a memória é fio condutor para o desenrolar da trama.

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Publicado

2023-12-13

Edição

Seção

Tema livre