ENTRE A MEMÓRIA COLETIVA E A MEMÓRIA HISTÓRICA
A PRAÇA CASTELO BRANCO COMO PATRIMÔNIO DE ITAPURANGA-GO
DOI:
https://doi.org/10.31668/buildingtheway.v13i1.13757Resumo
A pesquisa tem por objetivo identificar a construção de uma memória histórica em torno da principal praça pública da cidade de Itapuranga-GO, que recebeu em 1971 o nome de um dos marechais da Ditadura Militar no Brasil, sendo de interesse destacar seus usos sociais como local de manifestação política, popular e de importância coletiva, ao assumir uma dimensão simbólico-afetiva pela vivência comunitária. A literatura revista teve dois eixos centrais: o desenvolvimentismo no Brasil Central e suas relações com a Ditadura Militar no país, e estudos locais e sobre a região de Itapuranga. Além disso, foram levantados documentos a respeito da construção da praça e legislações específicas sobre os usos de suas imediações presentes em acervos bibliotecários e digitais disponibilizados pela Prefeitura de Itapuranga. As reflexões desenvolvidas demonstram que há uma narrativa oficial da história do munícipio que fortalece os discursos difundidos durante toda Ditadura Militar no Brasil, sob um ideal de “Grande Pátria”, inserindo Itapuranga como um dos lócus do pretendido progresso. No entanto, o local é lembrado coletivamente como espaço de constante enfrentamento, usado e proferido pelos principais sujeitos históricos de Itapuranga (os trabalhadores da terra), sendo a Praça Marechal Castelo Branco o local onde ocorrem os principais eventos da cidade, em termos de representação, investimento regional, participação, solidariedade e memória coletiva.