POTENCIAIS INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS EM UM CENTRO DE ATENDIMENTO PSICOSSOCIAL (CAPS) DO CENTRO-OESTE.

Autores

  • Orenito S. Borges Júnior
  • Bruna C. G. da Silva
  • Luiza C. S. G. Fernandes
  • Ivânia Vera
  • Roselma Lucchese
  • Rodrigo Lopes de Felipe

Palavras-chave:

Interações de Medicamentos, Saúde Mental, Assistência Farmacêutica.

Resumo

Introdução e objetivos: As altas taxas de prescrição de psicofármacos nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS)1, associada aos seus elevados índices de interações medicamentosas2 exigem a investigação da terapia farmacoterapêutica e potencialidades que possam comprometer o quadro clínico das pessoas com transtornos mentais3. Assim almeja-se identificar e relacionar a gravidade das principais interações medicamentosas entre usuários de um CAPS situado no interior do centro-oeste do Brasil. Metodologia: Estudo observacional transversal, com dados secundários em prontuário de usuários do sistema semi-intensivo, realizado no mês de novembro de 2014, aplicando-se a ferramenta Micromedex® Solutions. Aprovação Comitê de Ética 523.834/14. Resultados e discussões: Analisou-se 228 prontuários, que identificou a prescrição de 669 medicamentos, com prevalência de psicofármacos (86,09%). Os esquemas terapêuticos individuais abordaram 181 (79,39%) multiterapias, com ausência de interações em 31 (17,12%) destas, enquanto 150 (82,88%) apresentaram de 1 (4%) a 11 (1,33%) interações, resultando 370 no total e média aproximada de 2,09 interações por prescrição médica individual. Quanto a gravidade, evidenciou-se 6 (1,62%) casos de contraindicação, todos resultante da associação da ziprazidona com outros fármacos (prometazina, olanzapina, haloperidol, fluoxetina). Ainda, 264 (71,35%) foram consideradas importantes, 85 (22,97%) moderadas e apenas 15 (4,06%) relatadas como interações secundárias, indicando uma interação leve de menor relevância clínica. O risco de prolongamento do intervalo QT esteve presente em 156 (42,16%) das interações, resultado este contribuinte para a afirmação da correlação positiva entre o número de psicotrópicos usados e o aumento da dispersão do QT4. Conclusões: Os resultados demonstrados revelam a necessidade da intervenção farmacêutica no serviço de atenção à saúde mental, com uma participação mais efetiva do profissional farmacêutico no acompanhamento da terapêutica destes pacientes, frente ao quantitativo de interações medicamentosas e suas gravidades evidenciadas.

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Publicado

2015-06-08

Edição

Seção

Assist Farmacêutica, Ensino Farmacêutico, Saúde Pública e Ciências Regulatórias