Escrita poietica e a tragicidade humana: a construção de si pela palavra
DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.4118914Resumo
O presente artigo tem como objetivo tecer algumas reflexões acerca da condição ontológica do ser humano a partir da psicanálise. O sujeito está constantemente às voltas com três fontes de sofrimento: seu próprio corpo, com suas dores e finitude; o mundo exterior, com suas constantes ameaças; e as relações sociais. Diante disso, o sujeito lança mão de gratificações substitutivas tendo em vista preservar-se contra essas ameaças, ou, ao menos, amenizar o sofrimento. Essas formas substitutivas moldam o estilo psíquico do sujeito de lidar consigo e com o mundo à sua volta. A escrita de si, dentro e fora do processo analítico, é uma alternativa para a construção de si e de vias salutares de contorno da tragicidade. Entretanto, diante de condições como a melancolia, a sublimação apresenta suas limitações. A poiesis do eu propiciada pela escrita, apesar de (re)criar realidades e propiciar elaborações internas, não consegue eliminar todo o sofrimento.
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