Capitalismo, territorialidade e educação intercultural

novos olhares sobre as relações comerciais indígenas

Autores

Palavras-chave:

Educação, Lugar, Formação Superior, Capitalismo

Resumo

Uma percepção relativa às questões sociais e territoriais brasileiras e, em particular, às relações comerciais indígenas, tem sido cada vez mais necessária – e eticamente exigida. Essa percepção é decorrente, dentre outros fatores, das preocupações de ordem política, econômica e educacional, acerca das marginalizações a que são submetidos os povos indígenas em meio aos dissensos e aos dilemas em torno da diversidade cultural e a territorialidade no Brasil. Nesse cenário, há várias mobilizações no sentido de viabilizar o direito à proteção e à valorização das relações comerciais dos povos indígenas, em distintos contextos. Mediante esse debate, a emancipação dos povos indígenas é uma discussão cada vez mais frequente em cursos de formação intercultural. Tendo como referência os apontamentos acima, nos propomos, no presente artigo, identificar de que modo o curso de Educação Intercultural indígena da UFG, enquanto lócus e lutas e lugar de resistência, proporciona novas percepções dos estudantes formação, acerca das relações comerciais e à influência do capitalismo, que cotidianamente se faz presente na realidade sociocultural e geografia das distintas comunidades. Nesse sentido, apresentamos algumas contribuições para a valorização da realidade sociocultural e das relações comerciais tradicionais, por meio de um espaço/lugar que buscas novas percepções nos sujeitos de ação crítica e consciente em sua realidade.

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Biografia do Autor

  • Matheus Moreira da Silva, Universidade Federal de Goiás

    Licenciado em Matemática pelo Instituto de Matemática e Estatística da UFG. Especialista em Metodologia do Ensino de Matemática e, também, em Matemática Aplicada. Mestre e Doutor pela Universidade Federal de Goiás. Pós-doutor pelo Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Matemática, da Universidade Federal de Uberlândia (PPGECM/UFU). Tem experiência na área de Matemática, com ênfase em Educação Matemática. Faz parte do Grupo de Estudos e Pesquisa em Etnomatemática (GEPEm/USP), do Núcleo de Pesquisa e Estudos em Educação Matemática (NUPEm/UFU) e do Grupo de Estudos e Pesquisas Abakós: Práticas Formativas e Colaborativas em Educação Matemática na Escola (CEPAE/UFG). Professor da Universidade Federal de Goiás (CEPAE/UFG).

  • José Pedro Machado Ribeiro, Universidade Federal de Goiás

    Bacharel em Matemática pela Universidade Federal de Goiás (1991); mestrado em Matemática pela Universidade de Brasília (1995); e doutorado em Educação pela Universidade de São Paulo (2006). Área de concentração Ensino de Ciências e Matemática, Etnomatemática e Educação Escolar Indígena. Professor Titular do Instituto de Matemática e Estatística (IME) da Universidade Federal de Goiás (UFG) desde 1997. Membro do corpo docente e orientador do Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Matemática da UFG desde 2007. Professor e membro do Comitê de Orientação dos Javaé do curso de Licenciatura em Educação Intercultural da UFG. Tutor do PET (Programa de Educação Tutorial) do curso de Licenciatura em Educação Intercultural da UFG desde 2015.

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Publicado

2025-10-31

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Artigos