Povos Indígenas do Cerrado e Alimentação
estudo de caso do Povo Inỹ /Karajá do município de Aruanã (GO)
Palavras-chave:
Povo Iny/Karajá, Alimentação, Nutricídio, Asfixia , TerritorialResumo
O povo indígena Karajá se autodenomina Inỹ, cujo significado é “nós”, “nós mesmos”, pertence ao tronco linguístico Macro-Jê e dividem-se em três línguas: Karajá (GO/MT), Javaé e Xambioá (TO). Estão localizados no Vale do Rio Araguaia e seus afluentes em 29 aldeias. O presente estudo é sobre o povo Karajá do município de Aruanã (GO), que segundo dados da SESAI, corresponde a cerca de 360 indígenas que vivem em duas aldeias, uma dentro e outra fora de Aruanã. Alguns fatores têm desarticulado a vida desse povo, tais como: a perda da língua materna pelos mais jovens; problemas de alcoolismo; proletarização; diferentes lideranças com interesses distintos; a perda dos ritos; famílias que viviam na Ilha do Bananal (TO) mudando-se para a aldeia BdèBure; o enfraquecimento e a falta de políticas públicas para a Educação Escolar Indígena – e um contingente de problemas ligados às mudanças territoriais do Cerrado, em geral, e do município de Aruanã-GO, em particular. A pesquisa em curso constatou, até o momento, que os problemas apresentados mediante pressões territoriais, sobretudo do turismo e da agropecuária, afetam o acesso ao alimento; a sua distribuição entre os sujeitos; a dieta e os gostos culturais; a forma de conquista do alimento; os objetos utilizados para preparar a comida, bem como a forma de fazer a comida, efetivando a insegurança alimentar. Tais como as mudanças territoriais da planície do Araguaia, ocorrem mudanças da alimentação Karajá. A metodologia é de estudo de caso e trabalhos de campo são basilares para o levantamento dos dados e análises. Autores como Afrika, (2000); Sena (2023), Sorre (1952), entre outros, foram fundamentais.
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