PATRIMÔNIO, MEMÓRIA E SUAS INTERRELAÇÕES CITADINAS

UMA LEITURA CONTRA-HEGEMÔNICA DA CIDADE DE FRUTAL/MG

Autores

  • Michael Kennedy Oliveira Diniz Universidade Federal de Uberlândia (UFU)
  • Patrícia Emanuelle Nascimento Universidade Federal de Uberlândia (UFU)

DOI:

https://doi.org/10.31668/rt.v12i2.14731

Palavras-chave:

Frutal, História Regional, História oficial, espacialidade

Resumo

Em uma perspectiva da História Regional, o seguinte trabalho tem como objetivo problematizar as “histórias oficiais” e a memória colonialista produzida pelos memorialistas acerca das cidades, a partir do microcosmo urbano de Frutal, município de Minas Gerais. O Artigo tateia sob novas perspectivas de análise a fim de tecer reflexões e apresentar histórias sobre a cidade de Frutal que foram esquecidas ou negligenciadas, dialogando com autores que apresentam a cidade como espaço político e a memória como disputa de poder que molda o passado a partir de narrativas hegemônizantes. São mobilizados alguns conceitos e ideias, tais como os de espaço citadino como fenômeno parcial de organização, resultado das pressões e disputas sociais/econômicas/agrárias; Patrimônio como multifacetado ligado à identidade sócio-cultural e política; memória como campo de disputas e decolonialidade que enfatiza a resistência local a fim de se produzir passados outros lidos a contrapelo.

Biografia do Autor

  • Michael Kennedy Oliveira Diniz, Universidade Federal de Uberlândia (UFU)

    Graduando em História pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU).

  • Patrícia Emanuelle Nascimento, Universidade Federal de Uberlândia (UFU)

    Doutora em História pela Universidade Federal de Goiás - UFG Professora do INHIS/Universidade Federal de Uberlândia (UFU)

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Publicado

2023-12-03