NO SANTELMO DA AGRICULTURA E INSTRUÇÃO: LIVRO DE LEITURA PARA A INFÂNCIA BRASILEIRA NA PROVÍNCIA DE GOIÁS OITOCENTISTA
Resumo
Este artigo analisa a obra Catechismo de Agricultura, escrita em 1861 por Antonio de Castro Lopes (1827-1901), escritor, médico homeopata, tradutor, dramaturgo, latinista, professor, poeta, gramático e político, nascido no Rio de Janeiro. Esta obra foi escrita para as escolas de primeiras letras, relacionando a instrução e o trabalho sob a lente de um projeto científico e civilizador. O Catechismo de Agricultura apresenta uma cientificidade proposta pela escola moderna, que adota uma preocupação com o tempo, o espaço e os fazeres pedagógicos, seu projeto instrucional é dedicado às crianças brasileiras e objetivava integrá-las a um projeto civilizador que vislumbrava o uso social e cultural da terra, relacionando ciência e prática da agricultura, que engendrava tanto as práticas de leitura e escrita quanto o ofício, a arte do fazer. Quanto à metodologia utilizada, parte-se do levantamento de fontes arquivísticas, como livro de leitura elementar do Período Imperial e de referências bibliográficas fundamentadas em Boto (2012), Chartier (2012) e Choppin (2004), que tratam da história do livro, das práticas de leitura do rito das práticas da escola primária. A análise desse livro de leitura elementar possibilitou compreender a instrução para a infância sob o prisma do ofício da agricultura permeada pela categoria do trabalho.