O PARASITISMO SOCIAL EM MANOEL BOMFIM E A TEORIA CRÍTICA PÓS-COLONIAL
Palavras-chave:
Manoel Bomfim. Pós-Colonialismo. Historiografia.Resumo
A releitura dos clássicos de nossa historiografia nos coloca, mais uma vez, diante da pergunta: o que o Brasil foi, está sendo e o que se tornará? Essa releitura revela dilemas não resolvidos do passado e nos instiga a buscar as possibilidades perdidas, os futuros do passado a fim de projetarmos outros presentes para o Brasil. Nessa direção, retomamos aqui alguns aspectos da obra A América Latina: Males de Origem de Manoel Bomfim em uma tentativa de aproximação com o pensamento pós-colonial, para mostrar como outras histórias podem e devem ser feitas. Manoel Bomfim, o rebelde por muito tempo esquecido, vem sendo, nestes últimos anos, recolocado entre os principais intérpretes do Brasil e isso porque sua interpretação do projeto nacional contrária, em grande medida, às perspectivas teóricas do pensamento social brasileiro de sua época, hoje é considerada inovadora e capaz de colaborar para a configuração de uma nova noção de nacionalidade numa época de aceleração do processo de globalização que sugere à teoria social que se debruce, uma vez mais, sobre a ideia de nação, as questões relacionadas com identidade e problemas raciais. Manoel Bomfim tem um olhar singular em relação ao dilema nacional e, em um movimento contra corrente da produção historiográfica de sua época, inclui na sua análise histórica questões de cunho social e político de forma crítica e original. Para o propósito deste trabalho, retomamos aqui a tese do parasitismo social que, no nosso entendimento, excepcionaliza o pensamento de Manoel Bomfim na sua época e possibilita uma aproximação com a teoria crítica pós-colonial.