UM MODO DE SER CÍNICO: MANOEL SALGADO E A NOVA HISTORIOGRAFIA

Autores

  • Rogério Mattos Universidade Estadual do Rio de Janeiro

Palavras-chave:

Modernismo. Historiadores. Escrita da História.

Resumo

O presente artigo busca identificar na prática historiográfica, antes que em suas elaborações teóricas, um novo éthos do historiador moderno, a partir de antinomias sugeridas pelos estudos dos helenistas franceses e nos últimos cursos de Michel Foucault sobre a Grécia antiga. A questão da verdade (alétheia), como abordada no Mestres da Verdade, se transfere das formas discursivas para a elaboração de um modo de ser, de um fazer artístico, fruto de uma atitude perante seu tempo capaz de fazer “mudar a moeda”, como no dizer do oráculo sobre a missão de Diógenes, o Cínico. Não uma “ontologia da alma”, como no Alcebíades de Platão, mas uma prática da verdade exercida como antípoda do regime sofista (como mero discurso), igualmente feita ao arrepio do platonismo e sua metafísica, o cinismo não é exclusivo da arte moderna, da arte de vanguarda. É a formação de um éthos, de uma estilística da existência, como exemplificado pela imagem do “historiador-viajante”, de François Hartog, e exercitada pelo historiador brasileiro Manoel S. Guimarães.

Biografia do Autor

  • Rogério Mattos, Universidade Estadual do Rio de Janeiro
    Graduado em História pela UERJ, pós-graduado em História da África e do negro no Brasil (UCAM), mestre em Letras (UERJ, doutorando em filosofia (UERJ).

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Publicado

2018-01-27

Edição

Seção

Artigos livres