“POVOANDO O PRESENTE DE FANTASMAS”: FERIDAS HISTÓRICAS, PASSADOS PRESENTES E AS POLÍTICAS DO TEMPO DE UMA DISCIPLINA

Autores

  • Arthur Lima de Avila Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS

Resumo

Este artigo tem por objetivo discutir as políticas do tempo que possibilitaram a emergência da historiografia disciplinada, ainda no século XIX, e sua crise diante da “condição pós-colonial” contemporânea, como definida por Sandro Mezzadra e Federico Rahola, a partir de alguns exemplos específicos. Uma das conclusões aventadas é a de que o tempo histórico disciplinado, herança da modernidade, serviu para legitimar determinados processos de exclusão que acarretaram, por sua vez, certas feridas históricas. Tais mágoas reemergiram na atualidade em parte por causa do colapso do tempo vazio e homogêneo da modernidade e, com isso, ajudaram a embaralhar as fronteiras entre passado e presente, tornando-se, na acepção de Andreas Huyssen, “passados presentes” que demandam reparação e reconhecimento. Neste sentido, o artigo defende uma nova imaginação para as políticas do tempo que ordenam a disciplina, para que ela possa efetivamente colaborar neste processo. 

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Publicado

2017-04-05

Edição

Seção

Artigos livres