ESTÉTICA E UTOPIA NO PENSAMENTO DE GEORG LUKÁCS
Palavras-chave:
Estética, Utopia, Georg LukácsResumo
Ao longo de sua trajetória intelectual, o filósofo húngaro Georg Lukács (1885-1971) produziu estudos sobre os mais diversos assuntos, como estética, política ou ética. Dentre os temas abordados, a esfera estética ocupou um lugar de destaque em seu pensamento, de modo que o autor, em dois momentos distintos de sua trajetória, redigiu projetos estéticos apoiando-se em bases metodológicas distintas. A redação de seu primeiro projeto estético, o qual ficou conhecido como Estética de Heidelberg (1912-1918), tinha como base a filosofia neokantiana, a fenomenologia de Husserl, a Lebensphilosophie, de Dilthey, os escritos de Emil Lask, e a “Fenomenologia do espírito”, de Hegel. Este projeto consiste em duas obras, a “Filosofia da Arte”, a qual fora escrita entre os anos de 1912 e 1914, e a “Estética de Heidelberg”, escrita entre 1916 e 1918. Já a segunda redação de seu projeto estético, cuja publicação da primeira parte da obra ocorreu em 1963, trazia como referencial teórico a teoria de Karl Marx e de Friedrich Engels. Lukács, ao iniciar o seu projeto estético de maturidade, na década de 1950, pretendia a redação de uma obra que consistiria em três partes, entretanto, finalizou, apenas, a primeira parte, publicada no ano de 1963. Apesar de, aproximadamente, 45 anos separarem esses dois projetos estéticos, as indagações que Lukács colecionava acerca da esfera estética eram muito semelhantes, dentre elas pode-se citar a preocupação em elucidar o estatuto categorial particular do campo da arte no conjunto das criações humanas. Dentre tais problemas estéticos, a categoria da utopia e a dimensão do plano utópico na arte entram em cena como elementos importantes. Sendo assim, este estudo pretende, a partir de uma análise inicial dos projetos estéticos de Lukács, fazer alguns apontamentos acerca do caráter utópico da obra de arte e da relação de proximidade ou de distanciamento entre arte e vida cotidiana na teoria estética do referido autor.
PALAVRAS-CHAVE: Georg Lukács. Estética. Utopia.