POR UMA MEMÓRIA DA TEORIA: O CONFLITO ENTRE AS GERAÇÕES DOS METÓDICOS E DOS ANNALES
Palavras-chave:
memória, Historiografia, Escola metódicaResumo
Partindo das reflexões de Ricoeur sobre a relação entre História e memória, tentaremos discorrer sobre como a memória historiográfica construída e, recorrentemente comemorada pela tradição dos annales pôde criar uma postura generalizada de grande aversão à tradição historiográfica que os precederam. A questão que norteia nossa reflexão aqui é: a memória histórica criada, memorizada e celebrada pelos annales faz jus à ideia de uma Revolução, sendo o conceito de Revolução entendido aqui no corrente sentido de uma mudança brusca e negadora da tradição? Dentro destes termos, a memória histórica da “escola metódica”[1] pode ser vista como impedida e/ou como manipulada dentro da prática de boa parte dos historiadores franceses e brasileiros, visto a grande influência exercida pelos annales entre nossos profissionais? Ressaltamos de imediato que sabemos da impossibilidade de responder a ambas as perguntas de maneira completa neste curto trabalho, o que então almejamos é desenvolver um exercício heurístico no intuito de arrolar e minimamente problematizar certa gama de indícios.
[1] Utilizaremos os termos escola metódica e metódicos entre aspas em função do caráter pejorativo neles contido.