CARTOGRAFIA CABOCLA: POSSIBILIDADES PARA A ESCRITA DA HISTÓRIA
Palavras-chave:
Sudoeste do Paraná, intersubjetividade, caboclo, nomadismo.Resumo
Buscamos avaliar o papel e o lugar do caboclo no Sudoeste do Paraná antes da ocupação e colonização intensificadas a partir da década de quarenta. Através de uma percepção do lugar e do papel do caboclo numa comunidade em construção é possível reavaliar aspectos historiográficos generalizados, como o suposto “vazio demográfico” antes da intensificação das migrações do Rio Grande do Sul e Santa Catarina; ainda o papel preponderante atribuído a esses migrantes na “evolução” comportamental e material da região. Como estrato (formações históricas), encontramos o caboclo na gênese da estruturação prática da colonização, sendo que as relações intersubjetivas constituíram um contexto de circularidade de capitais, não apenas materiais, mas também sentimentais, emocionais, determinantes nas interferências do “eu-tu-nós”. Assim, as relações que os homens estabeleceram com a terra e com o “outro” num território marcado pela fluidez, pela desterritorialização e dos sujeitos é capaz de contribuir para uma compreensão do caboclo, enquanto sujeito de um passado apropriado por um presente que o relegou a um papel secundário nessa história.