GENEALOGIA DA VIOLÊNCIA URBANA EM O CORTIÇO
A IMAGINAÇÃO LITERÁRIA E O DISCURSO DA VIOLÊNCIA NO ESPAÇO DAS FAVELAS
Resumo
Abordaremos nesse artigo relações simbólicas sobre um discurso da violência, permeado na obra O cortiço, precursora na construção de um imaginário social que persiste, hoje, nas favelas; obra que norteia no espaço literário a formação sócio-histórica das primeiras comunidades marginalizadas, no arranjo simbólico do espaço periférico das metrópoles. Segundo Gilbert Durand (1998), os conteúdos do imaginário nascem no fluxo temporal, “os quais recebem suas estruturas e seus valores das várias ‘confluências’ sociais” (1998, p. 96). Tomando o espaço do cortiço como análogo ao microespaço das favelas, a compreensão do discurso da violência a partir do discurso literário presente na obra pode: 1) esclarecer a relação de ordem conflituosa entre cortiços (ou seja, favelas), 2) elucidar o embate entre força policial (desmedida) e comunidade.