O FANTÁSTICO COMO HESITAÇÃO
UMA LEITURA DE JOSÉ J. VEIGA
Resumo
Este artigo propõe discorrer acerca do indeterminismo do fantástico nos romances A hora dos ruminantes e Sombras de reis barbudos, ambos do escritor goiano José. J Veiga, sem negligenciar que estas narrativas embrionam do percurso cultural, econômico, político e social, em que a América latina compartilhava um nicho de opressões totalitárias. O texto de Veiga adentra no espaço enigmático e por reincidência caótico em razão dos signos e símbolos regionalistas, que dialogam com uma visão macro de brasilidade transfigurada em apontamentos universais e não regionais. Nesse sentido, as teorias do fantástico de Todorov (1992) e da alegoria (Kothe 1986) permitiram olhar para as narrativas que se aprofundam nas cidades fictícias de ambos romances, a fim de investigar de que modo os elementos do fantástico assumem na forma da hesitação de uma identidade própria no texto veiguiano.