LITERATURA E CINEMA

DOIS OLHARES SOBRE O BRASIL COLÔNIA

Autores

  • Walter Guarnier de Lima Júnior

Resumo

O empreendimento da colônia portuguesa no Brasil foi parte de um projeto que se integrava à dinâmica política, social e econômica do desenvolvimento europeu da época. As vantagens de tal estruturação logo ficaram evidentes: poder e riqueza nas mãos de poucos; suor e sofrimento na vida de muitos que aqui se encontravam, nativos indígenas, e dos que posteriormente chegariam para padecer no novo território, imigrantes africanos. De que maneira esse processo de colonização vem, ao longo dos anos, sendo contado, interpretado e/ou adaptado por manifestações artísticas tão singulares como a literatura e o cinema? E hoje, como essas duas perspectivas, bastante distintas no que diz respeito ao processo de criação e produção, podem contribuir para a “apreensão” de um projeto que se deu em benefício da maioria? Na literatura clássica canônica brasileira, obras de diversos autores, sobretudo durante o Romantismo, buscaram resgatar esse controverso período histórico. Incidindo sobre esse possível diálogo, literatura-cinema, busco, por meio das discussões aqui apresentadas, refletir sobre a visão do processo de colonização ocorrido no Brasil e manifestada em Caramuru, obra de Santa Rita Durão, publicada em 1781, que narra a lendária aventura de Diogo Álvares Correia, náufrago no Recôncavo da Bahia, no século XVI, e em Caramuru: a invenção do Brasil, filme de Guel Arraes e Jorge Furtado, inspirado no mesmo poema épico e lançado em 2001. A fim de fundamentar a discussão aqui proposta, recorro a diversos autores, dentre eles: Candido (2006, 2000), Lipovetsky (2005), Hutcheon (1991) e Lyotard (1998, 1993).

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Publicado

2019-10-31