PROCESSOS DE SUBJETIVAÇÃO E EFEITOS DE DOCILIDADE E DISCIPLINARIDADE DO CORPO ESTIGMATIZADO DE UMA EGRESSA DO CÁRCERE FEMININO DO INTERIOR GOIANO
DOI:
https://doi.org/10.31668/coralina.v4i1.13359Resumo
Neste artigo, objetivamos descrever, interpretar e analisar discursivamente um fragmento da narrativa da Suzanne, pseudônimo de uma egressa do sistema prisional feminino goiano, residente em uma cidade do estado de Goiás. Apoiamo-nos na perspectiva teórica da Análise de Discurso de linha francesa e nos pressupostos foucaultianos sobre prisão, disciplina, saber, poder e corpos dóceis. Problematizamos e refletimos o cárcere, mediante a voz de um sujeito que vivenciou e vivencia a disciplinarização do seu corpo durante e pós-cárcere. Como resultados, percebemos como a descrição, a interpretação e a análise desse sujeito infame revela, metonimicamente, o funcionamento regular dos processos de subjetivação que representam efeitos de estigmatização e preconceitos sociais, invisibilizando cada vez sujeitos sócio-historicamente apagados.
Palavras-chave: Corpos Dóceis; Mulheres encarceradas; Disciplina; Saber; Poder.