“Na chuva que cessa”:
reflexões sobre a figuração da chuva em fragmentos do Livro do desassossego e “Chuva Oblíqua”, de Fernando Pessoa
DOI:
https://doi.org/10.31668/coralina.v3i2.12787Resumo
O presente artigo tem o intuito de discutir a maneira como a imagem da chuva se faz presente na obra do escritor português Fernando Pessoa. Para tanto, foi selecionado o fragmentos do Livro do desassossego, escrito por Bernardo Soares, semi-heterônimo de Pessoa, e o poema “Chuva Oblíqua”, do ortónimo Pessoa. Ao se estabelecer uma relação entre os textos, percebe-se que, no primeiro, a chuva aparece relacionada ao estado de espírito do poeta, como uma forma de refletir sobre o sentir, temática já recorrente nos escritos de Soares, enquanto no segundo, a imagem é o ponto de partida para uma viagem entre o exterior e o interior do ambiente, com quase nenhuma discussão sobre sentimentos.