POLÍTICAS LINGUÍSTICAS NO BRASIL
MONOLINGUISMO E PADRONIZAÇÃO DA LÍNGUA
Resumo
Este artigo tem como objetivo analisar como as políticas linguísticas no Brasil são saturadas ideologicamente por crenças no monolinguismo e na padronização da linguagem. Para tanto discutimos as conceitualizações das Ideologias de Linguagem (WOORLARD, 1998; KROSKRITY, 2000, 2004; IRVINE; GAL, 2000), mostrando que a língua(gem) não é simplesmente um instrumento para os processos ideológicos, na realidade ela é constituída por meio desses processos ideológicos, nos quais perpassam questões sociais, culturais, assim, como relações de poder e de hierarquizações sociais. Posteriormente, discutimos algumas definições de políticas linguísticas (SCHIFFMAN, 1996, SOLPSKY, 2004; WILEY,2002), mostrando como elas podem ser concebidas como construções ideológicas que refletem e (re) produzem as relações de poder dentro da sociedade. Por fim, analisamos como, ao longo da história, a política linguística no Brasil foi emaranhada pelo ideal de uma língua nacional homogênea e hegemônica, um ideal que prevalece até hoje e, que é amplamente aceito e enraizado na sociedade.