Territorialização do modo de produção camponês: produção associada, agroecológica e de saberes na comunidade tradicional São Manoel do Pari, Mato Grosso, Brasil
Territorialization of the peasant mode of production: associated, agroecological and knowledge production in the traditional São Manoel do Pari Community, Mato Grosso, Brazil
DOI:
https://doi.org/10.31668/elisee.v11i02.13266Palavras-chave:
Território. Trabalho. Saberes. Agroecologia., Mato Grosso, São Manuel do PariResumo
A produção ampliada da vida na comunidade tradicional de camponeses e camponesas São Manoel do Pari, Mato Grosso, Brasil, é fundamentada pelo trabalho associado, autogestionado, agroecológico e pelos saberes tradicionais e da experiência. São estas determinações produtivas e sociais de uma cultura singular do trabalho e território são instituídas na comunidade, das quais, igualmente, instituem condições contra hegemônicas à lógica do capital e a sua territorialização. Este artigo é resultado de pesquisa teórica e empírica realizada na referida comunidade tradicional. O estudo foi efetivado a partir do materialismo histórico e dialético e a metodologia da pesquisa participante, com instrumentos como entrevista, roda de conversa e oficinas. Por fim, o objetivo deste artigo é analisar a produção material e imaterial dos camponeses e camponesas da comunidade tradicional para refletir sobre seu modo de produção camponês e, consequentemente, a territorialização da lógica campesina com sua oposição à territorialização da lógica capitalista.
Territorialization of the peasant mode of production: associated, agroecological and knowledge production in the traditional São Manoel do Pari Community, Mato Grosso, Brazil
Abstract: The expanded production of life in the traditional community of peasants São Manoel do Pari is based on associated, self-managed, agroecological work and traditional knowledge and experience. It is these productive and social determinations of a unique culture of work and territory that are instituted in the community, which, likewise, institute counter-hegemonic conditions to the logic of capital and its territorialization. This article is the result of theoretical and empirical research carried out in the aforementioned traditional community. The study was carried out based on historical and dialectical materialism and the methodology of participant research, with instruments such as interviews, conversation circles and workshops. Finally, the objective of this article is to analyze the material and immaterial production of peasants from the traditional community to reflect on their peasant mode of production and, consequently, the territorialization of peasant logic with its opposition to the territorialization of capitalist logic.
Keywords: territory; work; knowledge; agroecology; São Manoel do Pari.
Territorialización del modo de producción campesino: producción asociada, agroecológica y de conocimiento en la comunidad tradicional de São Manoel do Pari, Mato Grosso, Brasil
Resumen: La producción ampliada de vida en la comunidad tradicional de campesinos São Manoel do Pari se basa en el trabajo asociado, autogestionario, agroecológico y en conocimientos y experiencias tradicionales. Son estas determinaciones productivas y sociales de una cultura única del trabajo y del territorio que se instituyen en la comunidad, las que, asimismo, instituyen condiciones contrahegemónicas a la lógica del capital y su territorialización. Este artículo es el resultado de una investigación teórica y empírica realizada en la referida comunidad tradicional. El estudio se realizó con base en el materialismo histórico y dialéctico y la metodología de investigación participante, con instrumentos como entrevistas, ruedas de conversación y talleres. Finalmente, el objetivo de este artículo es analizar la producción material e inmaterial de los campesinos de la comunidad tradicional para reflexionar sobre su modo de producción campesino y, en consecuencia, la territorialización de la lógica campesina con su oposición a la territorialización de la lógica capitalista.
Palabras clave: territorio; trabajo; conocimiento; agroecologia; São Manoel do Pari.
Referências
ALTIERI, Miguel. Agroecologia: bases científicas para uma agricultura sustentável. SP: Expressão Popular, 2012.
BOTTOMORE, Tom. Dicionário do pensamento marxista. RJ, Zahar, 2012.
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. A educação como cultura. SP: Brasiliense, 1985.
_____. O que é educação. SP: Ed. Brasiliense, 1989.
_____. Saber e ensinar. Campinas: Papirus, 1984.
CAPORAL, Francisco Roberto. Em defesa de um plano nacional de transição agroecológica. In: SAUER, S; BALESTRO, V. (org.). Agroecologia e os desafios da transição agroecológica. SP: Expressão Popular, 2013. p.261-304.
CAPRILES, René. Makarenko. O nascimento da pedagogia socialista. SP: Scipione, 1989.
CARLOS, Ana Fani Alessandri. O lugar no do mundo. SP: Editora Eletronia, 2007.
CARVALHO, Horácio M. de. O campesinato no século XXI. Possibilidades e condicionantes do desenvolvimento do campesinato no Brasil. RJ: Vozes, 2005.
CHAYANOV, Alexander Vasilyevich. La organizacion de la unidad económica campesina. Bueno Aires, Argentina, Ediciones Nueva Vision, 1974.
CONAB. Portal de informações agropecuárias. Disponível em: https://portaldeinformacoes.conab.gov.br/. Acesso em: 13 de março de 2021.
DIEGUES, Antonio Carlos. O mito da natureza intocada. AP: Hucitec, 1996.
ESTEVE, Esther Vivas. O negócio da comida. SP: Expressão Popular, 2017.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. SP: Paz e Terra, 2002.
FRIGOTTO, Gaudêncio. Educação e a crise do capitalismo real. SP: Cortez, 1996.
GADOTTI, Moacir. Concepção dialética da educação. SP: Cortez, 2003.
_____. Educação e a crise do capitalismo real. SP: Cortez, 1996.
GUHUR, Dominique Michele; TONÁ, Nilciney. Agroecologia. In: CALDART, Roseli. et al (org.). Dicionário da educação do campo. SP: Expressão Popular, 2012. p.57-65.
HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. SP: Centauro, 2003.
HARVEY, David. Condição pós-moderna. SP: Loyola, 1992.
HORKHEIMER, Max. Eclipse da razão. SP: Centauro, 2000.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Agropecuário 2017. Resultados Preliminares. Rio de Janeiro, v. 7, p.1-108, 2017.
KRUPSKAYA, Nadejda Konstantinovna. A construção da pedagogia socialista. SP: Expressão Popular, 2017.
KOSIK, Karel. Dialética do concreto. RJ: Paz e Terra, 1976.
KUENZER, Acácia Z. Pedagogia da fábrica. SP: Ed. Cortez, 1995.
LEFEBVRE, Henri. A produção do espaço. Trad. Doralice Barros Pereira e Sérgio Martins (do original: La production de l’espace . 4e éd. Paris: Éditions Anthropos, 2000.
LONDRES, Flávia. Agrotóxicos no Brasil. Um guia para ação em defesa da vida. RJ: Assessoria e Serviços a Projetos em Agricultura Alternativa, 2011.
LUKÁCS, Gyorgy. Prolegômenos para uma ontologia do ser social. SP: Boitempo, 2010.
LUXEMBURG, Rosa. A acumulação do capital. SP: Nova cultura, 1985.
MACHADO, Luiz Carlos Pinheiro; MACHADO FILHO, Luiz Carlos Pinheiro. A dialética da agroecologia. SP: Expressão Popular, 2014.
MAGALHÃES, Livia; TIRIBA, Lia. Introdução. Experiência - O termo ausente? In: MAGALHÃES, Livia; TIRIBA, Lia (org.). Experiência: O termo ausente? Sobre história, memória, trabalho e educação. MG: Navegando Publicações, 2018. p.09-23.
MAICÁ, Eitel Dias. Sementes. In: CALDART, Roseli. et al (org.). Dicionário da educação do campo. SP: Expressão Popular, 2012. p.697-704.
MARX, Karl. O capital. Crítica da economia política. Livro 1 - O processo de produção do capital. Volume 1. RJ: Bertrand, 1988.
_____. O capital. O processo global de produção capitalista. Livro 3. Volume 5. SP: DIFEL, 1985.
_____. Teoria da mais valia. História do pensamento econômico. Livro 4 de ' O capital'. Volume 2. SP: Difel, 1980.
_____. Manuscrito econômico-filosófico. SP: Martins Fontes, 2001.
MÉSZÁROS, István. A teoria da alienação em Marx. SP: Boitempo, 2006
_____. Para além do Capital. SP: Boitempo, 2002.
NETO, Wilson Mazalla. Agroecologia e crítica da alienação: agricultores camponeses e a experiência do trabalho. In: NOVAES, Henrique. et al (org). Questão agrária, cooperação e agroecologia. Vol 1. SP: Outras Expressões, 2016. p.231-283.
PALENZUELA, Pablo. Las culturas del trabajo: una aproximación antropológica. Sociologia del Trabajo, nueva época, n. 24, p. 3-28, primavera de 1995.
PLOEG, Jan Douwe van der. Camponeses e a arte da agricultura. SP: Editora Unesp, 2016.
_____. Sete teses sobre a agricultura camponesa. In: Petersen, Paulo (Org). Agricultura familiar camponesa na construção do futuro. Rio de Janeiro: AS-PTA, 2009. p.17-31.
ROIO, Marcos del. Gramsci e a emancipação do subalterno. SP: UNESP, 2018.
SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. RJ: Record, 2001.
_____. A natureza do espaço. SP: Ed. Universidade de São Paulo, 2006.
SEMERARO, Giovani. Especializados e políticos: trabalhadores 'dirigentes' de uma democracia popular. In: PICANÇO, Iracy; TIRIBA, Lia (org.). Trabalho e educação. SP: Ideia & Letras, 2004. p.157-274
SILVA, Ludovico. A mais-valia ideológica. Florianópolis: Insular, 2017.
STEDILE, João Pedro; CARVALHO, Horácio Martins. Soberania alimentar. In: CALDART, Roseli. et al (org.). Dicionário da educação do campo. SP: Expressão Popular, 2012. Pág. 714-723.
THOMPSON, Edward Palmer. Costumes em comum: estudos sobre a cultura popular tradicional. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.
_____. As peculiaridades dos ingleses e outros artigos. SP: Unicamp, 2001.
TOLEDO, Víctor; BARRERA-BASSOLS, Narciso. A memória biocultural. A importância ecológica das sabedorias tradicionais. SP: Expressão popular, 2015.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Os autores não serão remunerados pela publicação de trabalhos na Élisée - Revista de Geografia da UEG.
Os conteúdos publicados, contudo, são de inteira e exclusiva responsabilidade de seus autores, ainda que reservado aos editores o direito de proceder a ajustes textuais e de adequação às normas da publicação.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution 4.0 que permite a distribuição deste material, desde que cumpra os seguintes requisitos:
- Atribuição — Você deve atribuir o devido crédito, fornecer um link para a licença, e indicar se foram feitas alterações. Você pode fazê-lo de qualquer forma razoável, mas não de uma forma que sugira que o licenciante o apoia ou aprova o seu uso;
- NãoComercial — Você não pode usar o material para fins comerciais;
- SemDerivações — Se você remixar, transformar, ou criar a partir do material, não pode distribuir o material modificado.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.